terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Meteorologia prevê inverno menos rigoroso no Pará

No ano passado, o Pará sofreu com as fortes chuvas, que afetaram 65 mil famílias e deixaram 24 municípios em situação de emergência. Para este ano a notícia é boa: a meteorologia prevê um inverno menos rigoroso, com o volume de chuva dentro do normal.

Segundo o coordenador do Instituto Nacional de Meteorologia na Região Norte, José Raimundo Abreu, as cheias que castigaram principalmente o Oeste e o Sul do Pará, não deverão se repetir em 2010. “Este ano, o posicionamento das zonas de convergência, está ao norte de sua posição e o fenômeno “el niño” continua prevalecendo, o que causa e redução do volume das chuvas”.
Abreu explicou ainda que os volumes pluviométricos devem ficar dentro do normal, porém, será possível que durante um mês, ocorram um ou dois dias com chuvas mais fortes. Na Região Metropolitana de Belém, a previsão também é positiva. “As chuvas serão alternadas. Teremos dias de muita chuva e dias onde o sol prevalecerá. Nos dois primeiros meses do ano há possibilidades de uma ou duas chuvas que podem exceder o volume dentro do normal e causar pequenos alagamentos”.
Para o meteorologista, a maior preocupação da Defesa Civil em todo o Estado, deverá ser com chuvas esporádicas intensas que podem fazer com que suba o nível de água nas cabeceiras do rio Araguaia, que no ano passado, excedeu o índice de 12 metros e causou enormes prejuízos em várias cidades. “É possível que os rios ultrapassem um pouco, mas somente no período de abril ou março, mesmo assim, não vão subir tanto como em 2009”, finalizou Abreu.

PREVENÇÃO

O major Marcos Norat, coordenador adjunto da Defesa Civil no Estado do Pará, informou que os trabalhos de prevenção contra as chuvas, estão sendo realizados desde o ano passado. De acordo com ele, as áreas mais preocupantes são as da região do Baixo Amazonas e as do Sul e Oeste do Estado. “Estamos em processo de levantamento e monitoramento dessas áreas. Se houver necessidade, iremos retirar algumas famílias e levá-las para abrigos. Porém, isso não acontecerá agora, até porque não temos como prever a intensidade das enchentes e ainda estamos no começo do período chuvoso”, ressaltou o major.

>> Enchente já desabriga famílias

Até as 7h de ontem, o nível do Rio Tocantins, em Marabá, subiu 1,26 metros, atingindo 7,76 metros acima do nível considerado normal. Desse modo, faltam apenas 2,24 metros para que o rio chegue à cota de alerta, que é de 10 metros. As primeiras famílias já improvisaram um abrigo.
Embora a Coordenação Municipal de Defesa Civil (Comdec) ainda não tenha divulgado oficialmente, a reportagem constatou que pelo menos 15 famílias dos bairros Santa Rita e Santa Rosa já improvisaram um albergue no Bairro Santa, perto da Estação de Tratamento da Cosanpa, na Marabá Pioneira.
Ouvidos pela reportagem, eles disseram que resolveram se mudar antes da água invadir as casas porque nos últimos dias o nível do rio subiu rapidamente. De fato, o próprio Corpo de Bombeiros confirmou a elevação rápida das águas.
Segundo o tenente Macedo, do Grupamento de Bombeiros em Marabá, a velocidade com que o rio está subindo vinha sendo quase a mesma do ano passado, mas as chuvas caíram intensas no final de semana e aceleraram um pouco o processo de cheia.
Por outro lado, o oficial garantiu que o Corpo de Bombeiros está fazendo monitoramento constante da situação, em parceria com a Comdec, no sentido de fazer cadastramento das pessoas que moram nas áreas de risco.

>> Comerciantes temem prejuízos

O anúncio de que as águas do rio Tapajós começaram a subir já causa temor nos comerciante do centro comercial de Santarém, pois a menos de um ano eles conviveram com o alagamento de seus estabelecimentos depois que o nível do rio subiu oito metros além do normal.
Embora a Marinha afirme que o nível do Tapajós, nestes primeiros dias do ano, está muito abaixo do que foi registrado no mesmo período do ano passado, os lojistas, principalmente das avenidas Tapajós e Senador Lameira Bittencourt, temem que a enchente deste ano seja tão grande quanto a de 2009 quando praticamente todas as lojas do centro comercial foram invadidas pela água.
Medições feitas pela Delegacia Fluvial de Santarém, na última segunda-feira, mostram que o nível do Tapajós estava em 2.92 centímetros, com uma tendência de crescimento entre 08 e 10 centímetros diários.
Para o comerciante Alexandre Aguiar, qualquer sinal de subida das águas é motivo de preocupação. “Não é exagero, mas nós já estamos preocupados com a enchente deste ano, pois a do ano passado deixou prejuízos que até agora prejudicam o comércio local”, disse Alexandre.
A preocupação com a possibilidade de novos alagamentos já levou a Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato dos Lojistas (SINDLOJAS) pedissem à prefeita Maria do Carmo que estude a possibilidade de fechar as comportas existentes no cais de arrimo.
A prefeita pediu um prazo para que o setor de engenharia da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) avalie a proposta e encaminhe dentro um parecer técnico. Se for viável, a medida (fechamento das comportas) será adotada.

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